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Georg Wilhelm Hegel disse em suas Lições sobre a História da Filosofia que toda grande filosofia é sua própria época exprimida em pensamento. Na auto-proclamada “Era da Razão”, Immanuel Kant foi a um só tempo seu clímax e sua superação. Ninguém justificou tão completamente as ambições das ciências naturais a um conhecimento objetivo do mundo; ninguém teve tanta fé no poder da razão e por essa razão ninguém traçou com tanta determinação os seus limites; poucos amaram tanto a liberdade e, por isso, ninguém demonstrou com tanto rigor que o homem livre é aquele que se submete aos imperativos da razão.
Publicada em 1781, A Crítica da Razão Pura é considerada o tratado filosófico mais importante de seu tempo. A ela se seguiram a Crítica a Razão Prática e a Crítica ao Juízo. Na década seguinte a ‘filosofia crítica’, como Kant chamava seu sistema, se tornou a orientação filosófica dominante na Alemanha. Nos anos subsequentes a influência da filosofia de Kant se estendeu para a França, a Inglaterra e além. Em uma geração ele seria visto, mesmo por seus oponentes filosóficos, como o pensador moderno mais significativo desde Renée Descartes. Outros filósofos de ponta, como Hegel, Marx, Schopenhauer, Nietzsche prestariam a Kant a homenagem de discordar dele em grande escala. Estes pensadores se deram conta de que a filosofia crítica de Kant é um divisor de águas na história do pensamento. É um corpo de ideias que nenhum pensador que veio depois pôde ignorar. Kant teve o poder de determinar vitalmente mesmo a obra de seus antagonistas intelectuais.
Convidados
Andrea Faggion: professora de teoria do conhecimento da Universidade Estadual de Londrina e secretária geral da Sociedade Kant Brasileira.
Daniel Perez: professor de história da filosofia moderna na Universidade Estadual de Campinas e autor de Kant e o problema da significação.
Maurício Keinert: professor de história da filosofia moderna da Universidade de São Paulo.
oferecimento
Fontes em O Grande Teatro do Mundo
No Café Filosófico – CPFL
http://www.institutocpfl.org.br/2017/04/27/cafefilosoficocplf-de-abril-novos-horizontes-da-responsabilidade/
http://www.institutocpfl.org.br/2017/08/07/nova-serie-do-cafe-filosofico-cpfl-na-tv-cultura/
http://www.institutocpfl.org.br/2013/04/04/etica-da-praxis-a-complexidade/
http://www.institutocpfl.org.br/2011/10/18/filosofia-e-saber/
http://www.institutocpfl.org.br/2009/12/01/subjetivacoes-contemporaneas/
Referências
- Kant e o problema da significação de Daniel Perez.
- Kant et le kantisme de J. Lacroix.
- Kant, the Architectonic and Development of his Philosophy de W.H. Werkmeister.
- Etudes kantiennes de A. Philonenko.
- Kant’s Transcendental Idealism de H.E. Allison.
- The Origins and Implications of Kant’s Transcendental Philosophy de M. Glouberman.
- Kant und das Problem der Gesetzmässigkeit der Natur de B. Thöle.
- Kant über die menschliche Vernunft de G.B. Sala.
- The Unity of Reason: Essay on Kant’s Philosophy de D. Henrich.
- Kant und das Problem des metaphysischen Idealismus de D.H. Eidemann.
- Subjektivität und Freiheit. Untersuschungen zum Idealismus von Kant bis Hegel de K. Düsing.
- Immanuel Kant de O. Höffe.
- Storia della filosofia moderna. Vol. II de Ernest Cassirer.
- Metafisica e critica in Kant de G. Santinello.
- Introduzione allo studio di Kant de S. Vanni Rovighi.
- Esegesi e letture critiche kantiane de A. Banfi.
- Kant – A Very Short Introduction de Roger Scruton.
- The Cambridge Companion to Kant ed. por Paul Guyer.
Apresentação: Marcelo Consentino
Produção: Biancamaria Binazzi
Ilustração: Retrato de Immanuel Kant de um autor anônimo (c. 1790).
19 de outubro de 2017