“Uma Teoria da Justiça” de John Rawls

A obra prima de John Rawls, Uma Teoria da Justiça, é comumente celebrada como o mais importante livro de filosofia política do Século XX. Mesmo seus críticos mais ácidos o admitem. Para o herdeiro da Escola de Frankfurt Jürgen Habermas “é o mais ambicioso projeto político de um membro da escola correntemente dominante na filosofia acadêmica; e oferece não somente uma defesa de, mas também uma nova fundação para, uma interpretação igualitária radical da democracia liberal.” Segundo o seu colega de Harvard Robert Nozick depois de Rawls todos os filósofos deverão se confrontar com sua Teoria.

Publicada em 1971, em dez anos já fora traduzida em 27 línguas e contava com mais de 2.500 citações em livros e artigos acadêmicos. Sua popularidade chegou a tal ponto que em 2013 estrearia em Oxford o espetáculo A Theory of Justice: The Musical! onde o herói John Rawls combate os “vilões” libertários Ayn Rand e Robert Nozick, percorrendo 2.500 anos de pensamento político para justificar seu ideal da “Justiça enquanto Equidade”. O sucesso literalmente espetacular do livro é ainda mais impressionante para quem já percorreu suas mais de 500 páginas de sóbria especulação analítica sobre princípios e ideias abstratas como “o conceito de liberdade” ou de “justiça em política econômica”. Ao mesmo tempo, vários capítulos sugerem dilemas cotidianos como “o dever de obedecer uma lei injusta”, “o problema de justiça entre gerações” ou “o problema da inveja.”

Quais as principais ideias por trás da Teoria de Rawls? Ainda serão atuais após o fim da guerra-fria e da crise econômica de 2008? E será possível derivar dela ações práticas para a construção de uma sociedade mais justa e equânime no Século XXI?

Convidados

Eduardo Wolf: doutorando em filosofia moral pela Universidade de São Paulo, jornalista e professor de literatura comparada.

Fernando Schüler: doutor em filosofia com tese sobre o Princípio da Diferença de John Rawls, ex Secretário de Justiça e Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul e professor de história e filosofia política do Insper.

José Reinaldo de Lima Lopes: professor titular de História e Filosofia do Direito da Universidade de São Paulo, autor de O Direito na História.

Fontes em O Grande Teatro do Mundo
Referências
  • O Princípio da Diferença e uma Alternativa de Fernando Schüler.
  • Reading Rawls: Critical Studies of J. Rawls ‘A Theory of Justice’, vários autores, editado por N. Daniels, Stanford.
  • Critique of John Rawls de Jürgen Habermas.
  • Rawls e o Enigma da Justiça de Luiz Paulo Rouanet, Unimarco.
  • The Cambridge Companion to Rawls, vários autores, editado por Samuel Freeman, Cambridge University Press.
  • The Philosophy of Rawls (5 vols.) editado por Henry S. Richardson and Paul J. Weithman, Garland.
  • “Rawls” de S. Maffettone na Enciclopedia Filosofica Bompiani.
  • “The Unity of Rawls’s Work” de Leif Wenar no Journal of Moral Philosophy, 2004, 1: 265-275.
  • After Virtue de Alasdair MacIntyre, University of Notre Dame Press.
  • Anarchy, State, and Utopia de Robert Nozick, Basic Books.
  • Frontiers of Justice: Disability, Nationality, Species Membership de Martha Nussbaum, Harvard University Press.
  • Liberalism and the Limits of Justice de Michael Sandel, Cambridge University Press.
  • “Rawlsian Social Contract Theory and the Severely Disabled” de Henry S. Richardson no Journal of Ethics, 2006, 10: 419-462.
  • Justice: John Rawls Vs. The Tradition of Political Philosophy” de Allan Bloom em The American Political Science Review, Vol. 69, No. 2., Junho, 1975, pp. 648–62.
  • “Rawls on Justice” de Thomas Nagel em The Philosophical Review, Vol. 82, No. 2., Abril, 1973.
  • Rawls de S. Freeman, Routledge.
  • “Obituary: John Rawls”, de B. Rogers, The Guardian (27/09/2002)
  • Rawls” de Henry S. Richardson na Internet Encyclopedia of Philosophy.
  • Rawls” de Leif Wenar na Stanford Encyclopedia of Philosophy.

Produção e apresentação: Marcelo Consentino

Produção técnica: Laramara